Shaper de Cabo Frio é uma das maiores referências da região
- Lucas D'Assumpção
- 18 de out. de 2019
- 2 min de leitura

No surf praticamente todos os equipamentos são feitos com a mais pura arte. Desde a rabeta, passando pelas quilhas, o formato da borda... a prancha é uma obra prima. Um dos mais antigos shapers de Cabo Frio – Dado – tem muita importância no cenário do esporte local e é um dos mais reconhecidos especialistas no assunto. Shaper profissional desde 1988, Dado sempre preferiu fazer bons exemplares de prancha.
Nos anos 70/80 o surf era muito marginalizado e ninguém queria que seus filhos/netos fossem “vagabundos surfistas”, mas na contra mão dessa linha, o pai do Dado o incentivou a entrar no meio do esporte e ser o que quisesse. Para a época, isso era muito avançado. O cabofriense tem vasta experiência e tem um nome bem consolidado, "shapiando" para grandes atletas da nova geração, como a Karol Ribeiro.
Ao Cutback, Dado contou um pouco da sua história, o seu inicio no surf, e as dificuldades enfrentadas na modalidade. Confira!
Cutback: Quando você começou a surfar?
Dado: Sou shaper profissional dede 1988, mas comecei a surfar em 1977, com 8 anos de idade.
Cutback: Você é um dos mais antigos shapers de Cabo Frio. Da aonde veio a sua paixão pelas pranchas?
Dado: Logo na minha primeira caída, com uma prancha emprestada me senti contagiado. Como prancha de surf era muito caro e eu não tinha grana para ter uma, com 12 anos resolvi reformar pranchas velhas quebradas para usar e em poucos meses já estava descascando essas mesmas pranchas e laminando novamente. Meses após já estava fabricando as minhas próprias pranchas.

Cutback: Alguém te inspirou a fazer pranchas?
Dado: Sim, meu pai (Sr Aristeu), quem foi meu maior incentivador. Enquanto a maioria dos pais não queriam seus filhos misturados com os “maconheiros e vagabundos” o meu depositava em mim confiança e muita esperança.
Cutback: Qual a maior dificuldade que você enfrentou em todo o seu tempo de surf?
Dado: No início, muitos preconceitos. Na fabricação, muitas dificuldades de acesso às informações e materiais.
Cutback: Você já competiu alguma vez ou sempre preferiu fazer as pranchas?
Dado: Meu foco sempre foi fazer pranchas, competição somente como apoio para atletas.
Cutback: Na sua opinião, o que falta para os talentos locais irem para frente?
Dado: Patrocínios. Mas em alguns casos falta suporte e orientação para o atleta conseguir apoio de patrocinadores.
Cutback: Em sua opinião, qual a melhor onda da Região dos Lagos?
Dado: Praia do Peró, com um sudoeste bem fraquinho. Minha paixão, onde aprendi e peguei as melhores com os meus grandes amigos.
Construímos uma boa amizade com muitas lembranças boas.
E a evolução não pára!!!
Abraços meu amigo!!
Victor, eu sou grato a você e todos os amigos que acreditaram no meu trabalho, você fez parte da minha evolução como shaper designer. Obrigado!!
Gostaria de contar um história... tentarei ser breve pois tenho muito a falar.
Minha primeira prancha que encomendei foi com o Dado. Quando ainda trabalhava junto com Mariano Maia no bairro das Palmeiras em Cabo Frio. Eu gostava do diferencial dele, pois tudo era diferente. O Dado desenvolveu umas pranchas pra mim muito diferentes.
Eu evolui tanto, que não parei mais de fazer as pranchas! Depois passei a competir e o Dado junto com o Mariano, sempre me apoiando. Aprendi tanto com eles, que acabei virando “shaper” também. Hoje, surfo de longboard, não faço mais pranchas para o mercado, apenas as minhas. E sou agora, tatuador.
Uma palavra que tenho a dizer para meu amigo Dado: GRATIDÃO